sábado, 13 de março de 2010

Software Livre - Migração de Mentalidade

Segue abaixo um artigo tirado do site Viva o Linux escrito por Alessandro Silva, vale a pena a divulgação como prova de acomodação dos usuários atuais, onde colocam a imagem de difícil aos Sistemas Operacionais Livres, mas que na maioria dos casos, é a questão de não demonstrarem interesse em buscar informação.


Software Livre: Migração de mentalidade

Durante o I Fórum de Software Livre de Duque de Caxias, realizado em Outubro de 2009, conversava com Alexandre Oliva, conselheiro da Fundação Software Livre América Latina e palestrante no evento, sobre como os usuários são capturados pelas armadilhas impostas pela indústria do software proprietário.

Falávamos a respeito de uma experiência de migração realizada com um usuário iniciante que possuía conhecimentos mínimos de informática, basicamente em web (browsers e ferramentas de mensagens instantâneas) e que nunca teve contato com software livre. Alexandre, defensor das 4 liberdades, não hesitou em me dizer: "Cara, escreve isso e disponibiliza essa experiência para comunidade!"

Com o conhecimento que obtive em formação de pessoas em tecnologias livres, percebi que estava diante de uma oportunidade de realizar uma experiência fantástica: introduzir ferramentas livres em substituição às ferramentas proprietárias no ambiente de trabalho de um funcionário recém-chegado e verificar posteriormente se os resultados seriam satisfatórios.

É importante reafirmar que esse usuário carregava o que chamamos de cultura pré-proprietária, onde já existe alguma base de conhecimento adquirida, porém não consolidada, de software proprietário e nós propusemos a inserção de um novo paradigma, a cultura livre.

Após um período de 8 semanas, incluído o tempo disponível para treinamento, que costumo denominar de migração de mentalidade, onde conhecimentos em software livre são apresentados para teoricamente substituírem os proprietários, foi possível verificar uma satisfação do usuário e uma adaptação rápida aos softwares propostos (GNU/Linux, BrOffice.org e Mozilla Firefox).

Nesse instante percebi que era o momento de realizar a experiência final, ou melhor, a engenharia reversa, migrando o desktop para software proprietário. Querem saber quais foram os resultados? Perda de produtividade, insatisfação do usuário e desejo de retornar ao ambiente anterior e de maior afinidade, ou seja, o livre.
Linux: Software Livre: Migração de mentalidade
Durante a experiência, observei que usuários de sistemas operacionais proprietários que contém uma fatia de mercado em torno de 90% como o Windows, têm resistência na utilização de sistemas livres como o GNU/Linux mesmo sem um conhecimento prévio do ambiente. Mas, por que é comum ouvir gente dizendo que "Linux não tem mercado" ou "Software Livre é de graça, então não tem valor" mesmo sem saber que o "Livre" não se refere à gratuidade, potencial ou modelo de negócio, mas ao conceito de liberdade de acesso ao código fonte e ao modelo de distribuição implementado pela Free Software Foundation? Como avaliar a qualidade de algo que não se conhece? O usuário de GNU/Linux encontrou dificuldades ao usar o Windows, mas, onde está o problema?

Fica comprovado, portanto, que o problema está nas pessoas, na capacidade de se adaptarem as NTIC - Novas Tecnologias de Informação e Comunicação, de não optarem pela liberdade de informação e conhecimento, de não resistirem ao monopólio imposto por empresas de software proprietário, de se submeterem ao dilema do aprisionamento do código fechado e a programas que são conhecidos mundialmente por instabilidades e falhas de segurança.

Fonte: Viva o Linux

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